RAIMUNDO SOARES DE BRITO “O MAIOR GUARDIÃO DA HISTÓRIA POTIGUAR”, FOI UMA DAS MAIS EMINENTES FIGURAS DA HISTORIAGRAFIA DO RN,

sexta-feira, 26 de março de 2021

RAIMUNDO SOARES DE BRITO: O OFÍCIO DE FAZER HISTÓRIA NAS RUAS E NOS ARQUIVOS

 



Morador da rua Henry Koster, 23, Raimundo Soares de Brito foi uma das mais eminentes figuras da historiografia norte-rio-grandense, um dos mais conceituados e requisitados historiadores do Rio Grande do Norte.

Nascido em Carnaúba dos Dantas, em 23 de abril de 1920, morou em Natal e Fortaleza, antes de se fixar em definitivo em sua Mossoró.

Exerceu – e bem – alguns ofícios, entre os quais comerciante e funcionário público, mas foi como historiador que se tornou conhecido e respeitado.

Passou anos garimpando informações sobre sua Mossoró “natal” e sobre o Rio Grande do Norte, dando importantes contribuições na pesquisa do município e do estado.

Chegou a ser, possivelmente, o cidadão que dispusesse do maior acervo de informações sobre a cidade de Mossoró.

Mesmo tendo um volume significativo de pesquisa, Raimundo Soares de Brito não aceitava o título de historiador. Dizia-se um pesquisador. E não foi, de fato, um historiador de academia, mas um historiador da rua e dos arquivos.

Adquiriu na observação acurada e na disciplina espartana o que os filósofos da Antigüidade nos ensinaram: aprender está no esforço da observação e na disciplina do pensamento.

Raimundo Soares de Brito aprendeu e ensinou. Na convivência com os cultos e com os humildes.

Na leitura selecionada e bem orientada nos legou uma das mais importantes obras historiográficas produzidas no espaço físico em que viveram Vingt-un Rosado e Baraúna, duas das mais importantes personagens do oeste potiguar.

Raimundo Soares de Brito fez-se grande pela grandiosidade do que pretendeu fazer.

Memorialista, biógrafo e historiador, pesquisou sobre intelectuais, políticos, artistas, figuras populares e tipos pitorescos. Suas quase duas dezenas de obras retratam esses personagens, e quase todas tendo Mossoró como cenário.

Buscou conhecer e conheceu Mossoró, dedicando-lhe um dos mais completos estudos.

Foram quarenta anos de estudo que se transformou em Ruas e Patronos de Mossoró – Dicionário, obra que palmilha cada recanto da cidade.

É apenas uma entre quase duas dezenas, mas talvez a que o autor dedica a maior afeição.

Nela Raimundo Soares de Brito elaborou uma o mais completo estudo sobre os patronos e ruas de Mossoró e ressaltou, de forma magistral, os escritores que deram nome às ruas da cidade.

São diversos escritores de todos os tempos e lugares e inúmeros intelectuais Entre eles, poderíamos citar, pela ordem alfabética: Adauto Câmara, Assis Chateaubriand, Auta de Souza, Coelho Neto, Dorian Jorge Freire (Auditório Dorian Jorge Freire, Estação das Artes), Eliseu Ventania, (Estação das Artes Eliseu Ventania), Ferreira Itajubá, Francisco Fausto, Machado de Assis, Olavo Bilac, Raimundo Nonato, Vingt-un Rosado, Vinícius de Moraes, entre outros.

Além do Dicionário…, Raimundo Soares de Brito escreveu Notícia biográfica de alguns patronos de ruas de MossoróEstudos de história do Oeste PotiguarAlferes Teófilo Olegário de Brito Guerra; um memorialista esquecidoUma viagem pelo arquivo; epistolar de Adauto CâmaraPioneiros da história da Indústria e Comércio do Oeste PotiguarNotas genealógicas sobre a família de Dona Amélia de Souza Melo GalvãoRaimundo Nonato – o Homem e o Memorialista, entre outros.

Ainda organizou três volumes das Atas da Câmara Municipal de Mossoró.

Raimundo Soares de Brito conheceu profundamente a cidade que escolheu para viver.

Dedicou quase toda a sua vida a um trabalho de pesquisa, mantendo viva a chama da história em tantas mentes e em tantos corações, ajudou a construir belo acervo espiritual e coletivo.

Foi este o seu maior legado.

FONTE – HISTÓRIA ESTÁ NAS LETRAS

RAIMUNDO SOARES DE BRITO

 


Raimundo Soares de Brito, conhecido como “RAIBRITO”, nasceu em Caraúbas/RN, no dia 23 de abril de 1920 e veio para Mossoró, aos 20 anos de idade e permanecendo até o seu falecimento, dia 27 de novembro de 2012.

O interesse dele para a pesquisa começou quando ele fazer o treinamento para a admissão como Agente de Estatística, em Natal, no início dos anos 40, após ele preencher dados sobre a história sócio-econômica de sua terra natal. Este preenchimento levou Raibrito a despertar e iniciar anotações para o futuro. E foi exatamente, destas anotações que Raimundo Soares de Brito publicou sua primeira obra literária, em 1958, intitulada “Caraúbas Centenária”.

O escritor e pesquisador Geraldo Maia do Nascimento é grande admirador do seu trabalho. Para homenagear todo legado deixado pelo saudoso Raibrito, ele preparou uma obra que relembra e atesta todo valor de Raimundo.

Segundo o pesquisador Geraldo Maia do Nascimento, “Um pesquisador incansável, que sem qualquer ajuda de governo, instituições ou pessoas organizou um arquivo fabuloso com mais de quinze mil biografias de tantos quantos têm ou tiveram alguma influência em Mossoró e região. Sua dedicação a pesquisa foi tanta, que nem mesmo um acidente vascular cerebral foi capaz de tirar o seu entusiasmo. Enquanto a saúde permitiu, mantém a rotina de acordar cedo e ler os jornais, de onde tirava o material que alimenta o seu monumental acervo”.

A obra de Geraldo Maia, intitulada “Raimundo Soares de Brito: o homem que colacionava História” foi preparada para a sessão da Academia Mossoroense de Letras (AMOL) em comemoração ao centenário. Inclusive, a obra impressa sairia com o selo da Coleção Mossoroense. Devido aos últimos acontecimentos, foi adiada a publicação. Mas, caso o leitor tenha interesse, é só entrar em contato com Eriberto Monteiro e solicitar pelo WhatsApp  98886 0520 que a obra será enviada digitalmente.

Ainda sobre o homenageador, ele tem mais de quarenta títulos publicados com o selo da Coleção Mossoroense com temas principais sobre Mossoró e Oeste Potiguar. Destes, clássicos como “Legislativo e Executivo de Mossoró – Uma Viagem quase centenária”, “Ruas e patronos de Mossoró”, Apostila do Afeto: Câmara Cascudo”, “Indústria e Comércio do Oeste Potiguar – Um pouco de História”, “Nas Garras de Lampião”, “Alferes Teófilo Olegário de Brito Guerra”, dentre outros.

A sua dedicação pela história rendeu diversos reconhecimentos. Em 1995 ele foi condecorado com o título de “Doutor Honoris Causa” pela então Universidade Regional do Rio Grande do Norte e em 1997 agraciado com o diploma “Amigo da Cultura” e outros mais.

Ele era autodidata. Foi um dos fundadores da Academia Mossoroense de Letras (AMOL), ao lado de Vingt-un Rosado, e também seu presidente. Foi, também,  sócio fundador da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço (SBEC), sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte (IHGRN) e sócio efetivo do Instituto Cultural do Oeste Potiguar (ICOP).

Para Vingt-un Rosado, seu eterno companheiro de caminhada e de luta, “Raimundo Soares é o mais competente historiador do Oeste Potiguar. Veio de Caraúbas a famosa pátria dos memorialista. Foi meu aluno no começo, de há muito é meu mestre, que consulto quase todo dia. O arquivo notável que organizou, sem auxílio de instituições ou de governo,é maravilhoso tesouro da rua Henry Koster, uma das grandezas da terra de Santa Luzia do Mossoró”.

Seu último trabalho publicado, intitulado “Eu, Ego e os outros”, Raibrito fez uma auto-biografia através dos tipos populares que foi encontrando ao longo da vida, em cada cidade onde morou.

Raimundo Soares de Brito faleceu em Natal, aos 92 anos de idade. Para Geraldo Maia, Ele “Morreu não; encantou-se, pois os escritores não morrem. É na obra que deixou como legado que Raibrito vive, pois esse é o segredo da imortalidade: ressurgir sempre que um livro seu é aberto, que uma frase sua é repetida e que um gesto seu é lembrado. E eu, estreante nas pesquisas históricas da cidade de Mossoró, com todo respeito que ele merece, atrevo-me a pedir: ” Mestre, dai-me a tua bênção, para que eu tenha forças para seguir os teus passos, trilhar os teus caminhos e colher os frutos da seara que tu plantaste”

FONTE – COLEÇÃO MOSSOROENSE


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