Raimundo Soares de Brito, conhecido como “RAIBRITO”, nasceu em Caraúbas/RN, no dia 23 de abril de 1920 e veio para Mossoró, aos 20 anos de idade e permanecendo até o seu falecimento, dia 27 de novembro de 2012.
O interesse dele para a pesquisa começou quando ele fazer o treinamento
para a admissão como Agente de Estatística, em Natal, no início dos anos 40,
após ele preencher dados sobre a história sócio-econômica de sua terra natal.
Este preenchimento levou Raibrito a despertar e iniciar anotações para o
futuro. E foi exatamente, destas anotações que Raimundo Soares de Brito
publicou sua primeira obra literária, em 1958, intitulada “Caraúbas
Centenária”.
O escritor e pesquisador Geraldo Maia do Nascimento é grande admirador
do seu trabalho. Para homenagear todo legado deixado pelo saudoso Raibrito, ele
preparou uma obra que relembra e atesta todo valor de Raimundo.
Segundo o pesquisador Geraldo Maia do Nascimento, “Um pesquisador
incansável, que sem qualquer ajuda de governo, instituições ou pessoas
organizou um arquivo fabuloso com mais de quinze mil biografias de tantos
quantos têm ou tiveram alguma influência em Mossoró e região. Sua dedicação a
pesquisa foi tanta, que nem mesmo um acidente vascular cerebral foi capaz de
tirar o seu entusiasmo. Enquanto a saúde permitiu, mantém a rotina de acordar
cedo e ler os jornais, de onde tirava o material que alimenta o seu monumental
acervo”.
A obra de Geraldo Maia, intitulada “Raimundo Soares de Brito: o homem
que colacionava História” foi preparada para a sessão da Academia Mossoroense
de Letras (AMOL) em comemoração ao centenário. Inclusive, a obra impressa
sairia com o selo da Coleção Mossoroense. Devido aos últimos acontecimentos,
foi adiada a publicação. Mas, caso o leitor tenha interesse, é só entrar em
contato com Eriberto Monteiro e solicitar pelo WhatsApp 98886 0520 que a
obra será enviada digitalmente.
Ainda sobre o homenageador, ele tem mais de quarenta títulos publicados
com o selo da Coleção Mossoroense com temas principais sobre Mossoró e Oeste
Potiguar. Destes, clássicos como “Legislativo e Executivo de Mossoró – Uma
Viagem quase centenária”, “Ruas e patronos de Mossoró”, Apostila do Afeto:
Câmara Cascudo”, “Indústria e Comércio do Oeste Potiguar – Um pouco de
História”, “Nas Garras de Lampião”, “Alferes Teófilo Olegário de Brito Guerra”,
dentre outros.
A sua dedicação pela história rendeu diversos reconhecimentos. Em 1995
ele foi condecorado com o título de “Doutor Honoris Causa” pela então
Universidade Regional do Rio Grande do Norte e em 1997 agraciado com o diploma
“Amigo da Cultura” e outros mais.
Ele era autodidata. Foi um dos fundadores da Academia Mossoroense de
Letras (AMOL), ao lado de Vingt-un Rosado, e também seu presidente. Foi,
também, sócio fundador da Sociedade Brasileira de Estudos do Cangaço
(SBEC), sócio efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do
Norte (IHGRN) e sócio efetivo do Instituto Cultural do Oeste Potiguar (ICOP).
Para Vingt-un Rosado, seu eterno companheiro de caminhada e de luta,
“Raimundo Soares é o mais competente historiador do Oeste Potiguar. Veio de
Caraúbas a famosa pátria dos memorialista. Foi meu aluno no começo, de há muito
é meu mestre, que consulto quase todo dia. O arquivo notável que organizou, sem
auxílio de instituições ou de governo,é maravilhoso tesouro da rua Henry
Koster, uma das grandezas da terra de Santa Luzia do Mossoró”.
Seu último trabalho publicado, intitulado “Eu, Ego e os outros”,
Raibrito fez uma auto-biografia através dos tipos populares que foi encontrando
ao longo da vida, em cada cidade onde morou.
Raimundo Soares de Brito faleceu em Natal, aos 92 anos de idade. Para
Geraldo Maia, Ele “Morreu não; encantou-se, pois os escritores não morrem. É na
obra que deixou como legado que Raibrito vive, pois esse é o segredo da
imortalidade: ressurgir sempre que um livro seu é aberto, que uma frase sua é
repetida e que um gesto seu é lembrado. E eu, estreante nas pesquisas
históricas da cidade de Mossoró, com todo respeito que ele merece, atrevo-me a
pedir: ” Mestre, dai-me a tua bênção, para que eu tenha forças para seguir os
teus passos, trilhar os teus caminhos e colher os frutos da seara que tu plantaste”
FONTE – COLEÇÃO MOSSOROENSE
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